up:: 011a MOC Capital I

“Aqui [no processo capitalista de produção em geral], os valores de uso só são produzidos porque e na medida em que são o substrato material, os suportes do valor de troca.
E, para nosso capitalista, trata-se de duas coisas.
Primeiramente, ele quer produzir um valor de uso que tenha um valor de troca1 (…).
Em segundo lugar, quer produzir uma mercadoria cujo valor seja maior do que a soma do valor das mercadorias requeridas para sua produção, os meios de produção e a força de trabalho, para cuja compra ele adiantou seu dinheiro no mercado2.

Ele quer produzir não só um valor de uso, mas uma mercadoria;
não só valor de uso, mas valor,
e não só valor, mas também mais-valor.” (MARX, p. 263; grifo meu)

O processo de produção capitalista busca a produção de mercadorias: ou seja, busca a produção de valores de uso tão somente porquanto eles sejam os “suportes” do valor.

Tal processo incorpora em si o que Marx chama de Processo de Trabalho e Processo de Valorização: enquanto o primeiro efetua a produção de valores de uso3, o segundo se caracteriza pela produção de Mais-Valor.

“Assim como a própria mercadoria é unidade de valor de uso e valor, seu processo de produção tem de ser a unidade de processo de trabalho e o processo de formação de valor.” (MARX, p. 263; grifo meu)


Referências

Footnotes

  1. Pois Todo valor é um valor de uso, mas nem todo valor de uso é um valor.

  2. Porque (pensando em termos cotidianos de preço) é uma Estratégia Dominante vender um produto por um preço abaixo de seus competidores/preço médio, e uma estratégia dominada, vendê-los por um preço acima da média de mercado (ignorando diferenças qualitativas de produtos).

  3. E, dentro do contexto de produção capitalista, gera o próprio valor da mercadoria (ao menos sob Princípio da Troca de Equivalentes), i.e. valor dos Meios de Produção e Força de Trabalho empregados.