up:: 060 MOC Economia
Sob o Modo de Produção Capitalista, o surgimento de novas formas de energia podem até alterar a composição relativa de consumo de formas prévias de energia, mas instigam o uso absoluto maior (YORK & BELL, 2019).
Isso é análogo ao aumento da Jornada de Trabalho devido à Maquinaria: é justamente devido à maior produtividade de trabalho que torna-se mister empregar Força de Trabalho o máximo tempo que for possível.1
Da mesma forma, a adição de novas formas de energia acoplam-se às atividades econômicas já existentes, potencializando-as: p. ex. as “barreiras naturais” que eram impostas à extração de lenha agora são dissipadas, ou melhor, tornam-se menos restritivas; dessa forma, torna-se útil o aumento da atividade e, portanto, o aumento do uso de energia respectivo.
Dessa forma, York e Bell propõem o uso do termo adição energética para discernir este efeito do de espera-se ser uma Transição Energética: não só o aumento do uso de energias alternativas, mas a redução de formas prévias. Dessa forma, há relação com a teoria do Decrescimento, assim como de Economias Circulares.
References
- A Reality Check on Our ‘Energy Transition’ (Andrew Nikiforuk)
- Historian Jean-Baptiste Fressoz: ‘Forget the energy transition: there never was one and there never will be one’ - resilience
- YORK, Richard; BELL, Shannon Elizabeth. Energy transitions or additions?: Why a transition from fossil fuels requires more than the growth of renewable energy. Energy research & social science, v. 51, p. 40-43, 2019.
- MARX, Karl. O Capital. Livro 1: O processo de produção do capital. Boitempo Editorial, 2013.
Footnotes
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Marx ironiza sobre uma afirmação de um capitalista que condena seus empregados que, ao “abandonar a fábrica, [tornam] inútil um capital [uma máquina] que custou £100.000”: “Ora, onde já se viu! Tornar ‘inútil’, mesmo que por um instante apenas, um capital que custou £100.000! É, de fato, uma atrocidade que um de nossos homens abandone a fábrica por uma única vez!” (MARX, p. 478). ↩