up:: 011a MOC Capital I
“O hábito de exercer uma função unilateral transforma o trabalho parcial em órgão natural – e de atuação segura – dessa função, ao mesmo tempo que sua conexão com o mecanismo total o compele a operar com a regularidade de uma peça de máquina.” (MARX, p. 423)
A divisão do trabalho – sob o Modo de Produção Capitalista – busca uma maior eficiência no processo de produção de Mercadorias, i.e. reduzir seu Tempo de Trabalho Socialmente Necessário e, portanto, seu Valor1.
Neste processo, acaba-se por “aleijar” o trabalhador individual no processo de trabalho, no qual ele passa a ser “mero acessório do capitalista”, como a expressão cotidiana ‘somente mais uma engrenagem na máquina’. Não mais o trabalhador individual, mas o trabalhador coletivo é o sujeito do Processo de Trabalho. É apenas o trabalhador coletivo num processo de trabalho que produz Valor de Uso, portanto Mercadorias a serem efetivamente vendidas no mercado.
“O que caracteriza a divisão [manufatureira] do trabalho? Que o trabalhador parcial não produz mercadoria. Apenas o produto comum [“gemeinsame Produkt”] dos trabalhadores parciais converte-se em mercadoria.” (MARX, p. 429; grifo e adendo meus).
Neste ínterim, necessariamente ocorre o fenômeno de Alienação do Trabalho. Como A dominação precede a ideia, e a ideia ilustra a dominação, aqui o domínio do capitalista sobre o trabalhador aparece-lhe como uma “alienação”/“extraneamento” de seu trabalho – ou melhor, do propósito de seu trabalho.
Referências
- MARX, Karl. O Capital. Livro 1: O processo de produção do capital. Boitempo Editorial, 2013.
Footnotes
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Ou, melhor ainda, reduzir o tempo necessário do processo de produção individual em relação ao processo normal/social, caso em que o capitalista individual consegue adquirir Mais-Valor Extra, ao vender a mercadoria por um valor/preço – ou seja, exerce maior concorrência. ↩