up:: 011a MOC Capital I
”A utilidade de uma coisa faz dela um valor de uso” (MARX, p. 114)
Ou seja, a utilidade de algum objeto para o ser humano torna-o um valor de uso, tanto para o uso imediato (p. ex. como comida) quanto como Meios de Trabalho (p. ex. martelos).
Descobrir valores de uso de algum objeto é um ato histórico, posto que são algo que apresenta-se mediante a necessidade humana e legada a seus descendentes.
Valores de uso podem tanto ser algo (imediatamente) natural (como madeira, água, terra, linho, etc.) quanto algo oriundo da atividade humana/Trabalho (como uma mesa, ou um casaco feito de linho, etc.). No contexto do Processo de Produção Capitalista, diz-se que valores de uso são produzidos por Trabalho Útil, saturado por seu caráter qualitativo e particular.
Destaque-se que Todo valor é um valor de uso, mas nem todo valor de uso é um valor: somente torna-se valor quando é criado justamente para ser trocado com, e usufruído por, outrem.
A princípio, o valor de uso de algum objeto é algo qualitativo, uma potencialidade de satisfação de alguma necessidade humana (que efetiva-se em seu “consumo”), sendo este caráter o que o distingue de outros valores de uso (a utilidade da pedra é diferente da utilidade da água, etc.). Porém, é algo que é “multiplicado” pela sua quantidade: metros de linho têm mais potencial de serem úteis que metros de linho.
References
- MARX, Karl. O capital-Livro 1: Crítica da economia política. Livro 1: O processo de produção do capital. Boitempo Editorial, 2013.