up:: 011a MOC Capital I

”Essas coisas representam apenas o fato de que em sua produção foi despendida força de trabalho humana, foi acumulado trabalho humano. Como cristais dessa substância social que lhes é comum, elas são valores – valores de mercadorias. (…)
Assim, um valor de uso ou um bem só possui valor porque nele está objetivado ou materializado trabalho humano abstrato.” (MARX, p. 116)

À criação de todo valor de uso (que seja criado com o fim de ser comercializado) está associado o Tempo de Trabalho Socialmente Necessário.

Por esse motivo, pode-se concluir que O valor de uma mercadoria é um fenômeno emergente, pois é algo que varia ao sabor de vários fatores externos, como evolução das forças produtivas (médias) envolvidas em sua produção, conformações sociais locais, valores de matérias-primas, etc.

No tocante a mercadorias, seu valor é uma característica que nega seu valor de uso, a fim de que faça-se comparável com outras mercadorias de maneira puramente quantitativa – i.e. através de seu Valor de Troca, o qual é sua “forma de expressão [Erscheinungsform] necessária”.

No contexto do Processo de Produção Capitalista, diz-se que valores são produzidos por Trabalho Abstrato (i.e. uma medida de puro dispêndio de cérebro, músculo, nervos etc), indistinto do caráter qualitativo “ao lado do qual” necessariamente apresenta-se (i.e. do Trabalho Útil das mercadorias específicas de cujos valores faça parte).

Destaque-se também que Todo valor é um valor de uso, mas nem todo valor de uso é um valor: toda mercadoria precisa ser útil, senão não pode ser mercadoria – ninguém a compraria!


References

  • MARX, Karl. O capital-Livro 1: Crítica da economia política. Livro 1: O processo de produção do capital. Boitempo Editorial, 2013.