Trabalho segundo Marx

”Como criador de valores de uso, como trabalho útil, o trabalho é, assim, uma condição de existência do homem, independente de todas as formas sociais, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza” (O Capital, p. 120)

O trabalho surge como uma forma com que o homem media sua existência com a natureza. Note-se que trabalho não necessita ser algo social: um homem sozinho numa floresta necessita trabalhar com as condições materiais ao seu alcance para sobreviver.

Note-se que tal manipulação da natureza, sendo sempre meramente formal com relação a suas condições materiais dadas, surge como criadora de valores de uso, que satisfaçam necessidades humanas.

Trabalho guiado a um fim

A distinção entre o trabalho humano e o trabalho animal é que o ser humano o faz visando um fim, idealizando-o antes de sua execução plena; animais (até onde nós sabemos) realizam trabalho de maneira instintiva, sem uma idealização prévia de seu resultado.

O trabalho no sistema capitalista

No sistema capitalista, o trabalho torna-se cada vez mais um produtor de valores de troca, produzindo mercadorias meramente para vender, invés de produzi-las pensando em satisfazer necessidades materiais.

Quando a divisão do trabalho não é feita de forma racional, mas sim de forma natural (i-mediata), o trabalho aparecerá ao homem como uma força estranha, como algo sobre o qual não possui poder, e que pode até mesmo “guiá-lo arbitrariamente”.


References

  • MARX, Karl. O capital-Livro 1: Crítica da economia política. Livro 1: O processo de produção do capital. Boitempo Editorial, 2013.