up:: 011a MOC Capital I
“Como criador de valores de uso, como trabalho útil, o trabalho é, assim, uma condição de existência do homem, independente de todas as formas sociais, eterna necessidade natural de mediação do metabolismo entre homem e natureza” (O Capital, p. 120)
O trabalho surge como uma forma com que o homem media sua existência com a natureza. Note-se que trabalho não necessita ser algo social: um homem sozinho numa floresta necessita trabalhar com as condições materiais ao seu alcance para sobreviver.
Note-se que tal manipulação da natureza, sendo sempre meramente formal com relação a suas condições materiais dadas, surge como criadora de Valores de Uso, que satisfaçam necessidades humanas.
O trabalho humano é sempre direcionado a um fim idealizado, e nesse sentido diferencia-se do trabalho realizado por outros seres vivos, que agem por “instinto”/“ímpeto”.
Quando visto embutido no Processo de Produção Capitalista, compõe o Processo de Trabalho, gerador de valores de uso.
O trabalho no sistema capitalista
No sistema capitalista, o trabalho torna-se cada vez mais um produtor de valores de troca, produzindo mercadorias meramente para vender, invés de produzi-las pensando em satisfazer necessidades materiais1.
Quando a divisão do trabalho não é feita de forma racional, mas sim de forma “natural” (como “força da natureza”), o trabalho aparecerá ao homem como uma força estranha, como algo sobre o qual não possui poder, e que pode até mesmo “guiá-lo arbitrariamente”.
References
- MARX, Karl. O capital-Livro 1: Crítica da economia política. Livro 1: O processo de produção do capital. Boitempo Editorial, 2013.
Footnotes
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Ainda produz Valores de Uso necessariamente, pois Todo valor é um valor de uso. ↩