up:: Processo de Troca de Mercadorias

”Inicialmente, as mercadorias entram no processo de troca sem serem douradas, nem açucaradas, mas tal como vieram ao mundo. Esse processo gera uma duplicação da mercadoria em mercadoria e dinheiro, uma antítese externa, na qual elas expressam sua antítese interna entre valor de uso e valor. Nessa antítese, as mercadorias, como valor de uso, confrontam-se com o dinheiro, como valor de troca.” (MARX, p. 179)

Dentro do ciclo mais simples, o Ciclo M─D─M, uma Mercadoria é vendida por Dinheiro , o qual logo é utilizado para comprar outra mercadoria 1.

Focando somente neste indivíduo do ciclo, temos que sua mercadoria inicial possui algum Valor2, que é o sine qua non3 da troca entre e . Possuindo ambos o mesmo valor, temos que este portador possui a mesma “coisa” mas em formas distintas: a mercadoria aparece-lhe como um Valor de Uso (ou melhor, um valor de uso a outrem, não a si próprio, senão não a venderia), e o dinheiro , que consegue ao vendê-la, nada mais é do que a própria mercadoria “transmutada”4 em algo amorfo, abstrato, indistinto de outras Mercadorias-dinheiro. Ou seja, sua mercadoria assume a Forma-Dinheiro.


Referências

Footnotes

  1. Necessariamente diferente da mercadoria inicial, pois Só pode haver troca com relação a mercadorias diferentes.

  2. Senão não haveria relação de troca: uma mercadoria possui valor se ela contém trabalho útil às necessidades de outrem (através de relações de troca, pois Todo valor é um valor de uso, mas nem todo valor de uso é um valor).

  3. Pressupondo Princípio da Troca de Equivalentes.

  4. Marx usa a expressão de “mudar de pele” (p. 183), gehäutet em Alemão (como uma cobra sheds skin) cf. versão em Alemão aleatória da Internet.