up:: Taxa de Câmbio

A desvalorização cambial ocorre quando a Taxa de Câmbio diminui. Isso favorece Exportações (Macroeconomia) (preços menores, mais competitivo internacionalmente) e desfavorece Importações (Macroeconomia) (preços internacionais mais caros comparados com nossos).

Lembrando a Paridade Coberta das Taxas de Juros, temos que

onde é a Taxa Nominal de Câmbio, é a taxa nominal esperada de câmbio (p. ex. em um momento futuro), é a Taxa Nominal de Juros doméstica e é a taxa nominal de juros estrangeiro1.

Em Regime de Câmbio Fixo, uma desvalorização cambial pode se dar tanto pela mudança do câmbio em si quanto pelas mudanças das taxas de juros de ambas. Por exemplo, caso as taxas de juros domésticas diminuam, para que prevalece a paridade coberta das taxas de juros – i.e. para que os retornos de ativos domésticos e externos permaneçam iguais –, é necessário que o câmbio caia também: com a moeda local tendo menor valor, estrangeiros podem comprar mais com suas moedas estrangeiras, podendo compensar essa queda em juros por mais ativos comprados.

Em Regime de Câmbio Flutuante, a taxa de câmbio local é fixada, e pela paridade coberta de taxas de juros, tem-se que

Ou seja, perde-se a capacidade de Políticas Monetárias domésticas, pois as taxas de juros estão ditadas pelas condições internacionais; isso requer muito esforço do Banco Central , devido à necessidade de regulação meticulosa de divisas na moeda estrangeira (o caso de Hong Kong)2.

Desvalorização cambial na República Velha

Durante a República Velha (1889-1929), houve bastante desvalorização cambial a fim de compensar quedas internacionais de preços do café. Segundo Delfim Netto, A desvalorização cambial protetiva ocultava informações de mercado sobre excedente de oferta de café na República Velha: quando os preços caem mundialmente, há algum excedente de oferta de alguma forma; ao desvalorizar a moeda brasileira, os produtores não percebem tal sinal de mercado e continuam produzindo, induzindo períodos de superprodução, até a icônica queima de milhões de sacas de café no governo Vargas3.

Furtado argumenta quanto à Socialização das Perdas que a desvalorização cambial permite à economia doméstica,


References

Footnotes

  1. Aqui estamos sempre falando de pares de economias, p. ex. Real-Dólar (americano), e das respectivas taxas de juros etc.

  2. Tal regime depende também de uma Política Fiscal de pulso firme, tanto para manter a própria economia de pé quanto para manter a credibilidade dos agentes econômicos – afinal, ainda trata-se de , expectativa de câmbio, com todo o perigo de Expectativas Adaptativas e Inflação Inercial etc.

  3. https://memorialdademocracia.com.br/card/getulio-autoriza-queima-dos-estoques-de-cafe