up:: 063 MOC Economia Brasileira

”A massa de salários pagos no setor exportador vem a ser, por conseguinte, o núcleo de uma economia de mercado interno.” (FURTADO, p. 152)

Durante o período escravista, muita pouca coisa do consumo dos trabalhadores – escravos – era comprada de fora da unidade produtora1: muito era/tinha que ser feito pelos próprios escravos.

Com a introdução do Trabalho Assalariado (e.g. imigrantes a princípio), há uma parte bem maior do Consumo que ele passa a comprar de outrem, não mais 100% produzido dentro de sua propriedade – ou seja, há uma especialização envolvida, da parte de quem ele comprou2!

Ou seja, surge uma Vantagem Comparada de pequenos empresários e donos de terras: surgia um mercado muito mais propício para eles do que o mercado altamente competitivo dos grandes latifundiários3.

Em termos econômicos, aumenta o Multiplicador, pois uma parcela crescente do Produto Interno Bruto começa a ser destinado ao Consumo doméstico4. Frente a isso, Furtado argumenta que surge uma Tendência ao Desequilíbrio Externo, pois os períodos de baixa internacional (que induzem baixa na produção5) deixam de ser correlacionados com uma baixa nas Importações (Macroeconomia) de consumo.


References

  • FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. 13 ed. Editora Nacional, São Paulo, 1975.

Footnotes

  1. A ‘grande unidade produtora’ do Brasil colônia.

  2. E isso não tem nada a ver com melhores condições de vida, a princípio.

  3. Principais agentes da Economia Agroexportadora.

  4. Pensando no Modelo Keynesiano Simples em que , temos que aumenta, pois começa a haver produção destinada ao consumo doméstico (não mais exclusivamente advindo de importações).

  5. A princípio, o que é complicado pelas Desvalorização Cambial empreitadas pelo governo, o que, segundo Delfim Netto, “mascarava” o mecanismo de mercado para induzir a diminuição da produção.