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“A forma de trabalho em que muitos indivíduos trabalham de modo planejado, uns ao lado dos outros e em conjunto, no mesmo processo de produção ou em processos de produção diferentes porém conexos, chama-se cooperação.” (MARX, p. 400; grifo meu)
A cooperação de vários trabalhadores assalariados, trabalhando sob o mesmo capitalista e num mesmo espaço físico – compartilhando Meios de Produção possuídos pelo capitalista – é um dos primeiros passos da subsunção real do trabalho pelo Capital.
“A concentração de grandes quantidades de meios de produção nas mãos de capitalistas individuais é, pois, a condição material para a cooperação de trabalhadores assalariados, e a extensão da cooperação, ou a escala da produção, depende do grau dessa concentração.” (MARX, p. 405; grifo meu)
Historicamente1, tem seu fundamento na concentração (privada) de meios de produção, cujos proprietários (i.e. os primeiros capitalistas) passam a contratar Força de Trabalho num mesmo espaço físico, de forma a melhor empregar Meios de Produção entre as diversas operações parciais do processo total de produção.
A força produtiva conjunta é grátis, como uma reação química: por mais que o capitalista tenha dispêndios para contratação de trabalhadores e aquisição de capital, tem-se que o fenômeno social da cooperação é algo que está, no fim do dia, fora de seu alcance direto. Ele somente pode colocar as condições para que ela ocorra, mas não pode forçá-la a ocorrer à força (senão não seria cooperação!).
Neste regime de “cooperação”, porém, o trabalhador ainda possui uma subjetividade “intacta” no processo de trabalho, tendo alguma Autonomia em seu métier. Há uma ruptura maior quanto a isso nos regimes de Manufatura, em que os próprios ofícios tornam-se atomizados, monótonos, reduzindo os trabalhadores a “utensílios conscientes”.
Referências
- MARX, Karl. O Capital. Livro 1: O processo de produção do capital. Boitempo Editorial, 2013.
- Leituras d’O Capital (UFPR) - Livro I
Footnotes
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Pós-Idade Média, essencialmente. ↩