up:: Processo de Produção Capitalista
“Ora, se compararmos o processo de formação de valor [de uma mercadoria] com o processo de valorização, veremos que este último não é mais do que o processo de formação de valor que se estende para além de certo ponto. Se não ultrapassa o ponto em que o valor da força de trabalho pago pelo capital é substituído por um novo equivalente, ele é simplesmente um processo de formação de valor. Se ultrapassa esse ponto, ele se torna processo de valorização.” (MARX, p. 271)
No processo de produção capitalista, produz-se um Valor de Uso no que Marx chama de Processo de Trabalho1, porém o produz a fim de que ele seja vendido.
Justamente para que faça sentido a venda de sua produção, esta deve ocorrer de forma a gerar lucro. Em seu germe, portanto, precisa gerar Mais-Valor, o qual é gerado pelo Tempo Excedente de Trabalho em que utiliza a Força de Trabalho contratada. Marx elabora que o capitalista não faz o trabalhador trabalhar somente o tempo necessário para efetivar o Valor da Força de Trabalho, mas um tempo extra – o qual geralmente está dentro da jornada de trabalho instituída pelas condições sociopolíticas do local de trabalho2.
“A circunstância na qual a manutenção diária da força de trabalho custa apenas meia jornada de trabalho” (digamos), “embora a força de trabalho possa atuar por uma jornada inteira, e, consequentemente, o valor que ela cria durante uma jornada seja o dobro de seu próprio valor diário” (ex hypothesi) – “tal circunstância é, certamente, uma grande vantagem para o comprador, mas de modo algum uma injustiça para com o vendedor3.” (MARX, p. 270)