up:: 0x5 MOC Mestrado
Ciclos econômicos são caracterizados por sua amplitude — com relação a sua tendência — e sua extensão (temporal)1. Geralmente mede-se um ciclo econômico em termos do PIB.
Como são regulares, são caracterizados por dois movimentos: um de expansão e um de depressão , separados um do outro por pontos de auge e retomada, respectivamente: expansão -auge-depressão -retomada-expansão-
Motivos econômicos dos ciclos
Fase de Expansão
O que induz um movimento de expansão, partindo de um ponto de retomada (“vale”) — ou seja, em que há demanda e oferta arrochadas, e capacidade ociosa na economia —, pode ser visto pelo efeito Multiplicador, em que maiores Investimentos conseguem impulsionar a Demanda Agregada, ao gerar Renda Agregada que circulará como Consumo, induzindo maior atividade econômica. Nota-se que, aqui, investimentos/oferta geram demanda.2
O aumento do consumo induzirá com que haja aumento de Capital Fixo, o que induz aumento de consumo de Capital Circulante — Matérias-Primas e Força de Trabalho — e, portanto, de sua produção, o que induzirá aumento de seus respectivos capitais fixos etc. etc. Ou seja, Princípio do Acelerador: aqui, a demanda agregada está impulsionando os investimentos.
Chega um ponto, porém, em que a demanda se torna maior que a oferta — i.e. utilização mais e mais plena de capacidade ociosa —, começando a gerar Inflação e, portanto, alcançando um auge.
Ponto de inflexão: Auge (pico)
Durante a expansão, como tem-se que o aumento do produto será maior que o aumento do consumo, a Propensão Marginal a Consumir tenderá a diminuir, aumentando, portanto, a propensão marginal a poupar . Dessa forma, a demanda agregada estará decrescendo aceleradamente (via Consumo), o que puxará a oferta agregada para baixo, desacelerando-a também.
Também durante a expansão, aumentam os empréstimos devido ao investimento, portanto tendendo a aumentar a Taxa de Juros (por aumento de demanda de crédito). Ademais, como haverá mais e mais dívidas a serem pagas, a rentabilidade esperada das empresas3 também cairá, diminuindo sua oferta.
Fase de Depressão
O aumento da propensão marginal a poupar e da taxa de juros induzirão uma diminuição da produção, portanto reduzindo o emprego de fatores de produção — capital e trabalho —, portanto diminuindo a renda agregada e a demanda por matérias-primas, afetando a demanda por capital fixo etc. (Isso nada mais é do que o efeito multiplicador, ao contrário.) Ademais, empresas passam a preocupar-se mais com o pago de suas dívidas, direcionando menos recursos à produção (juntando o necessário ao cabível).
Ponto de inflexão: Retomada (vale)
Como a diminuição da renda forçará a Poupança a diminuir, a propensão marginal de poupar diminuirá, portanto aumentando .
A liquidação paulatina de dívidas por parte das empresas passa a restaurar a oferta de crédito frente a sua demanda, portanto tendendo a baixar a taxa de juros.
Ademais, como a fase de depressão é uma em que há poucos, se não nenhum, investimentos, haverá Depreciação de maquinário, requerendo uma reposição eventual — portanto, um impulso à demanda agregada.
Referências
Footnotes
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No tocante a ondas matemáticas, isso seria seu período , i.e. tempo que leva para percorrer . ↩
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Um apressado diria que isso é a Lei de Say. ↩