“Completam-se assim os três elementos constitutivos da organização agrária do Brasil colonial:

  • a grande propriedade,
  • a monocultura
  • e o trabalho escravo.

(…) é isto que constitui a célula fundamental da economia agrária brasileira. Como constituirá também a base principal em que se assenta toda a estrutura do país, econômica e social.” (p. 121)

A relação necessária entre os elementos

A concessão de largas propriedades aos colonos portugueses ─ em geral fidalgos e nobres─ já era algo “pressuposto” à colonização portuguesa do Brasil.

Quanto a sua relação com a produção monocultora e com o trabalho escravo, diz Caio Prado Junior que

”A agricultura tropical tem por objetivo único a produção de certos gêneros de grande valor comercial e por isso altamente lucrativos.
(…) É fatal portanto que todos os esforços sejam canalizados para aquela produção; mesmo porque o sistema da grande propriedade trabalhada por mão-de-obra inferior (…) não pode ser empregada numa exploração diversificada e de alto nível técnico.” (p. 120; grifo meu)

Está lançado o nexus das propriedades características da produção econômica característica do Brasil colônia: mediante A colonização brasileira vista como empresa de colonos brancos, trata da produção de grandes latifúndios que concentram-se na produção ─ pelas mãos de escravos ─ de somente um artigo a ser exportado, mediante os ventos das demandas do mercado europeu.

Note-se que tal relação se dá principalmente na produção agrária (vide Ciclo colonial da cana-de-açúcar), mas também se vê presente na produção extrativa, vide Ciclo colonial do ouro, onde as propriedades são as datas que são concedidas pela metrópole e nas quais ocorre a exploração aurífera.


Referências

  • Formação do Brasil Contemporâneo, Caio Prado Júnior.