“Em substância, nas suas linhas gerais e caracteres fundamentais de sua organização econômica, o Brasil continuava, três séculos depois do início da colonização, aquela mesma colônia visceralmente ligada (…) à economia da Europa; simples fornecedora de mercadorias para o seu comércio.
Empresa de colonos brancos acionada pelo braço de raças estranhas, dominadas mas ainda não fundidas na sociedade colonial.” (Caio Prado Júnior, p. 123-4; destaques meus)

Em seu seio, a colonização brasileira foi essencialmente uma empreitada de colonos brancos que se empregaram da força alheia ─ escrava em grande parte ─ para a obtenção de riquezas e poder. Dificilmente viram-se europeus que vieram ao Brasil ─ durante o período colonial─ justamente para fornecerem seus “cérebros, músculos, etc”; vieram justamente para fazer sua vida em grandes propriedades que lhes foram concedidas. De fato, são os “empresários” d’A ‘grande unidade produtora’ do Brasil colônia.

Relação com os ciclos econômicos do Brasil colônia

Justamente tal caráter da colonização brasileira ─ o de que Os ciclos do Brasil colônia foram ditados pelo mercado europeu, puramente para produção de commodities que estivessem em voga no mercado europeu─ explica a ascensão e decadência dos seus chamados “ciclos econômicos”.


Referências

  • Formação do Brasil Contemporâneo, Caio Prado Júnior.