up:: 20240723 - Marx diante de Hegel, Módulo 3, Aula 1

Pendências 1) Lógica vs filosofia real

NAKAMURA comenta sobre essa interpretação de Marx sobre Hegel, vai ser mencionado na última aula.

FINESCHI parece ser algum nome bem conhecido, pode caber ver eventualmente.

Pendências 3)

Darstellung: exposição “irradiando” do objeto, já aponta à sua imanência.

Livro foi BEM recomendado também, já tinha vontade de comprá-lo!! Ensaios filosóficos I: Entre Marx e Hegel | Marcos Lutz Müller

Dialética da forma-valor

Trabalho Útil & Trabalho Abstrato

Forma de valor simples

Valor Relativo é um papel ativo: o Valor de uma Mercadoria só pode ser expresso sensivelmente, e como o valor não é sensível, ele precisa fazê-lo materialmente – e o faz através de outras mercadorias.

Na equiparação dos valores, equiparam-se os trabalhos contidos; da comparação dos abstratos, comparam-se os particulares.

Valor Equivalente desempenha um papel passivo de permutabilidade direta com outra mercadoria. Ela se torna uma régua pela qual pode-se medir o valor de outra mercadoria.

A forma equivalente faz com que o valor de uso de uma mercadoria seja a forma de manifestação do valor de outra(s); o valor nega seu próprio valor de uso e busca materializar-se no valor de uso alheio!

Dessa forma, o próprio trabalho concreto vira forma de manifestação do trabalho abstrato. Por fim, o trabalho (de interesse) privado toma a forma do trabalho imediatamente social.

Dialética da forma valor no Livro I

O caráter abstrato do humano toma a forma máxima de um caráter imediatamente social – ele pode ser trocado por qualquer outro trabalho (i.e. qualquer outra mercadoria).

Forma-Dinheiro é quando a forma de equivalente se torna o papel da própria mercadoria, seu valor de uso confunde-se com seu papel de equivalente.

Fetichismo e mistificação

Fetichismo da Mercadoria

”Mistificação”: uma relação efetiva/essencial é tornada invisível por sua forma de manifestação/aparência; logo, a relação mostra-se justamente como o oposto que ela realmente é.

As formas insanas como socialmente válidas

Ou seja, não questionava-se (na EcPol) por que as coisas assumiam valor, simplesmente tomavam-nas por pressuposto. Ou seja, acabam por pressupor, naturalizar, o modo de produção em que surgem.

Considerações sobre teoria do fetichismo

E então a adição da seção de fetichismo (quarta seção, quebrando com “trindade”) também é uma manifestação clara da quebra metodológica com Hegel. Caramba!

Crítica do fetichismo como crítica do mundo da aparência

Aparência socialmente necessária: não é contingente, não é totalmente arbitrária, não vem (essencialmente) de subjetivismos.

A ilusão transcendental das categorias

”Uma essência que não aparece, não é uma essência” (ou não é pertinente à experiência como essência).

Crítica da economia política e da economia vulgar

Ou seja, o fazer científico dos economistas políticos clássicos acaba esbarrando nos seus limites de classe.

”Mundo invertido” em Hegel e Marx

Quando a consciência toma o objeto como força (não como sensação), ele toma aparência de lei, assume dimensão suprassensível.

Reconsideração do idealismo e o novo materialismo do Marx tardio

”Abstração real” no sentido que as estruturas materiais acabam por produzir abstrações efetivas, estruturas abstratas em si (dinheiro etc).

Ruy Fausto

Helmut Reichelt

Marx tardio

Ou seja, faz-se necessário tomar em conta não só da materialidade concreta das relações capitalistas, mas também da forma que as coisas assumem devido a essa materialidade. É evitar cair em empiricismos rasos (existe uma citação de Engels disso n’A Dialética da Natureza?).


Perguntas

Se não há realmente alguma relação entre fetichismo e “status” de uma mercadoria? (Referente ao erro do Ian Neves falando sobre fetichismo)

Um cara mencionou o artigo da Tricontinental: The Rate of Exploitation: The Case of the iPhone

”Teoria do Reflexo” do Lênin/velho Engels: a teoria mais adequada da realidade acaba servindo de reflexo da realidade.

  • Toma em conta que o pensamento está “apartado” do real, pode emancipar-se dele
  • Assume “Teoria da correspondência”, que Kant já critica sobre a realidade: ela nunca é acessada senão por alguma aparência! O mundo é cognoscível somente por modelos
  • Não toma em conta a mistificação que a realidade impõe à sua apreensão (i.e. fetichismo)!

Pontas soltas

  • Hegel aparentemente fala sobre colonização ser uma “exportação de más infinitudes” intrínsecas à sociedade civil
  • Discussão de Michael Heinrich sobre “dever-ser”: o quanto o ser influencia o próprio dever-ser? Mas o dever-ser não pressupõe sempre o ser, posto que deseja superá-lo (portanto, supondo algo diferente do atual-ser)?
  • Grundrisse: trabalho possui características positivas (produção) e negativo (subordinação). Quando avança o capitalismo, prevalece muito mais seu caráter negativo (econômico).
    • Cabe retomar seu caráter positivo, criativo, de Bildung do Homem. É por isso que nós lutamos!
  • Capital como “sujeito automático”; torna-se sujeito justamente por ser o vir-a-ser de si próprio… mas e por que “automático”? A ver na próxima aula
  • O final do Acordo de Bretton-Woods (fim do lastro-ouro) coincide com um fortalecimento do complexo militar
    • Quanto maior a abstração, maior a opressão para garanti-la (!!!)

Pensamentos

  • Valor é um “sensível suprassensível”: O valor não é uma categoria empírica!!!
  • A forma desdobrada do valor é uma má infinitude, e a forma equivalente universal é uma “verdadeira infinitude”: ela é efetiva, ela é de facto finita.
    • Mas vem a contradição do dinheiro, especulação de mercadoria, dinheiro efetivo: ele também precisa se expandir, pois diferencia-se somente por sua quantidade

Referências