up:: 061e MOC Teorias Econômicas


Fonte: Supply and demand - Wikipedia

A teoria econômica neoclássica consiste na descrição de Mercados Perfeitamente Competitivos (ou seja, preços fixos), em que agentes econômicos querem maximizar sua Utilidade (consumidores) e lucros (“investidores”)1.

Mário Possas descreve essa escola econômica como possuindo agentes cujas decisões são ditadas pela maximização/otimização2, e cuja atuação perpetra-se em equilíbrios. Dessa forma, qualquer ação econômica efetiva encontra-se em algum equilíbrio, senão não representaria uma decisão ótima de algum agente (indo contra hipóteses).3

No fim das contas, o projeto neoclássico interessa-se por “soluções ótimas, unívocas e previsíveis” (POSSAS, p. 34).

Há várias hipóteses implícitas em modelos neoclássicos, como, por exemplo:

  • Informação Perfeita: Todos os agentes têm informação sobre todas as condições do mercado, grátis e imediatamente
  • Tratam-se de modelos sem tempo: quando trata-se de equilíbrios, já se está falando de algo “assintótico”, portanto algo em que o tempo não é relevante.4
  • Pressupõe-se que a moeda é puramente meio de troca, sem função de portfolio (cf. Keynes)
  • A maximização da utilidade se dá exclusivamente através do Consumo de Mercadorias (bens e serviços)
  • Há um fator de consumo intertemporal, em que parte da renda atual torna-se Poupança, investida para que renda juros para consumo futuro

Uma conclusão do modelo neoclássico é a Lei de Say: a renda agregada divide-se em consumo e poupança , e toda a poupança converte-se em investimentos 5, o que dita a produção do momento futuro.6

Novas iterações da teoria neoclássica

Após a Teoria Geral de Keynes, a partir do Mr Keynes and the classics de Hicks, surgiu a Síntese Neoclássica, em que ideias “keynesianas” foram integradas ao arcabouço neoclássico. Prolifera-se, por exemplo, o Modelo IS-LM.


References

  • POSSAS, Mário Luiz. A cheia do “mainstream”: comentário sobre os rumos da ciência econômica. Texto para discussão, 1995.
  • SNOWDON, Brian; VANE, Howard R. Modern macroeconomics: its origins, development and current state. Edward Elgar Publishing, 2005.

Footnotes

  1. Ou seja, trata de Agentes Econômicos Racionais.

  2. Ou seja, há uma identificação entre escolha e preferência, cf. Resumo - ‘Rational Fools’, Amartya Sen.

  3. É, inclusive, nesse contexto que surge a Crítica de Lucas (Novos-Clássicos): políticas econômicas sendo vistas como “intromissões” às ações óptimas dos agentes econômicos, sendo inócuas at best e instaurando um equilíbrio de utilidade menor at worst.

  4. Há uma conclusão implícita em que o movimento ao longo do tempo, para os neoclássicos, trata-se de um movimento de equilíbrio em equilíbrio, tal qual a minimização da ação () na Física: é justamente por cada decisão instantânea ser ótima que o movimento econômico em si “também está” em equilíbrio.

  5. Assume-se.

  6. 250404: Isso é correto, que a Lei de Say é conclusão da teoria neoclássica?