up:: Etapas do trabalho de campo malinowskiano

”Aprendemos muito a respeito da estrutura social nativa, mas não conseguimos perceber ou imaginar a realidade da vida humana, o fluxo regular dos acontecimentos cotidianos, as ocasionais demonstrações de excitação em relação a uma festa, cerimônia ou fato peculiar.

(…) Todos esses fatos podem e devem ser formulados cientificamente e registrados; entretanto, é preciso que isso não se transforme numa simples anotação superficial de detalhes, (…) mas que seja acompanhado de um esforço para atingir a atitude mental que neles se expressa.” (p. 75-76; grifo meu)

Para além da estrutura “óssea” da vida social (estudado na etapa de O trabalho de campo busca delimitar a ossatura social (Malinowski)), o etnógrafo deve buscar entender a “carne e sangue” da vida social em que está imerso.

Deve compreender o fluxo da vida desta cultura, a partir dos olhos dos nativos: O trabalho etnográfico busca enxergar com os olhos dos nativos.

Malinowski chama de “imponderáveis da vida real” às ações e acontecimentos da vida cotidiana que podem “passar batido” ao observador incauto. Coisas como a forma com que as pessoas se banham, sua tendência de se expressar de tal forma em tais contextos, quando um acontecimento é banal e quando é extraordinário, etc.


References

  • MALINOWSKI, Bronislaw. [1922] 2018. “Introdução: tema, método e objetivo desta pesquisa” (p. 55-84) e “Capítulo III: características essenciais do Kula” (p. 149- 175). In: Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Editora Ubu.