“A devastação da mata em larga escala ia semeando desertos estéreis atrás do colonizador, sempre em busca de solos frescos que não exigissem maior esforço de sua parte.
(…) [O caráter da economia brasileira] faz convergir para um único fim, com o objetivo de um máximo e momentâneo proveito, todas as atenções e esforços; verdadeiro processo de bombeamento dos recursos naturais do solo, ‘agricultura extrativa’, já se denominou.” (p. 135; grifo meu)

A exploração do Brasil colônia se fez sempre de maneira predatória: explorando ao máximo os recursos disponíveis, sempre de acordo com o mercado europeu, e abandonando a empreitada conforme ou os recursos naturais ou a demanda externa se extinguissem.

Vemos resquícios disso até hoje nas principais atividades econômicas do Brasil, em particular do Agronegócio: a expansão da fronteira agrícola é um reflexo do exaurimento dos solos (e das águas) do Sul de outrora.


Referências

  • Formação do Brasil Contemporâneo, Caio Prado Júnior.