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“O saber não está simplesmente disponível. Não se pode simplesmente encontrá-lo como a informação. Não raramente, uma longa experiência o antecede. [O saber] tem um tempo completamente diferente do que a informação, que é muito curta e de curto prazo” (Han, p. 75).
O conhecimento não advém exclusivamente da aquisição de informação. O conhecimento não é uma mera soma de fatos, e sim uma constelação interligada de informações e práticas, norteada pela experiência. O saber requer conhecimento tácito.
É por isso que vemos uma epidemia de recém-formados com médias altas e honras, mas incompetentes em seus ofícios: tornaram-se verdadeiras enciclopédias de seus métiers, mas veem-os como se estivessem por detrás de uma vitrine de vidro, incapazes de agir sobre o objeto do qual tantos fatos sabem.
Referências
- HAN, Byung-Chul. Do camponês ao caçador. In: No enxame: perspectivas do digital. Editora Vozes, 2018.
- BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 2012. Disponível em: http://www.usp.br/cje/depaula/wp-content/uploads/2017/03/O-Narrador_Walter-Benjamin-1.pdf