up:: Jean-Paul Sartre

Cf BORDENAVE.

”… [o leitor] é necessário, não só para desvendar o objeto (isto é, para fazer com que haja um objeto), mas também para que esse objeto seja em termos absolutos (isto é , para produzi-lo).” (Sartre, p. 37)

Para engajar-se em uma leitura, pressupõe-se que seu autor tenha algo a dizer através de sua obra, isto é, que o tempo e esforço que o leitor levará na empreitada de interpretar esta obra “vale a pena”.

Quando um leitor engaja-se em uma leitura, o faz como quem decifra um enigma: ela mostra-se como algo que esconde-se por detrás das folhagens de suas palavras imediatas, algo do qual “cada frase será apenas uma função parcial: o ‘tema’, o ‘assunto’, ou o ‘sentido’”1 da obra lida.

Entrementes, O leitor lê a fim de sentir algo vicariamente: dá sua “energia” à leitura a fim de que o sentido do autor exprima-se a si, via leitura e através das emoções e sentimentos que são elicitados; lê como quem decifra um enigma, justamente porque um enigma foi criado por outra pessoa, e foi criado justamente para dizer algo a outrem.

Paralelamente, isto é mais um paralelo entre Arte e Ciência: A Ciência considera a Natureza como um enigma a decifrar.


Referências

Footnotes

  1. Ibid.