202205151014 - Sobre o estado de “mente vazia"

"…ouvir um pensamento significa que você está consciente não só do pensamento, mas também de você mesmo, como uma testemunha daquele pensamento. (…) O pensamento, então, perde o poder que exerce sobre você e se afasta rapidamente, porque a mente não está mais recebendo a energia gerada pela sua identificação com ela. Esse é o começo do fim do pensamento involuntário e compulsivo.
Quando um pensamento se afasta, percebemos uma interrupção no fluxo mental, um espaço de ‘mente vazia’.” (p. 16-7)

É realmente um estado de paz, de presença no sentido de estar presente, no momento presente.

Suponho que seja (ou no mínimo esteja associado a) o estado de flow (Mihaly Csikszentmihalyi), e ideia minha que tenha a ver com um estado animal, mais i-mediato racionalmente. Possível que haja algo a ver com a noção de difuse thinking da Barbara Oakley, posto que é um estado que está melhor associado com criatividade do que o estado pensante (mais associado com focused thinking).

Sobre não ser sobre dissociar-se totalmente da nossa mente

”O predomínio da mente [sobre as demais categorias da consciência] é apenas um estágio da consciência. Precisamos, urgentemente, passar para o próximo estágio, senão seremos destruídos pela mente, que se transformou em um monstro. (…) O pensamento é um pequeno aspecto da consciência. O pensamento não consegue existir sem a consciência, mas a consciência não necessita do pensamento.” (p. 19)

A ideia não é que deixemos de pensar totalmente, e sim de que deixemos de nos identificar com nossa mente. De reconhecer que nossa mente (racional) é somente uma parte de nossa consciência, de nosso ser. Com “se identificar”, suponho que seja que não nos vejamos em algo que não seja o pensar racional, cerebral, quando

”a percepção do eu interior tem origem no conteúdo e na atividade de nossas mentes. Acreditamos que deixaríamos de existir se parássemos de pensar.” (p. 19)


Referências