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“Os ‘pobres’ não mais se defrontavam com os ‘ricos’. Uma classe específica, a classe operária, trabalhadores ou proletariado, enfrentava a dos patrões ou capitalistas.

A Revolução Francesa deu confiança a essa nova classe;
a Revolução Industrial provocou nela uma necessidade de mobilização permanente.
Uma existência decente não podia ser obtida simplesmente por meio de um protesto ocasional que servisse para reestabelecer a estabilidade da sociedade perturbada temporariamente.
Era necessária uma eterna vigilância, organização e atividade do ‘movimento’ ─ o sindicato, a sociedade cooperativa ou mútua, instituições trabalhistas, jornais, agitação.” (HOBSBAWM, p. 230; grifo meu)

O movimento operário que surge no século XIX, em meio ao avanço da Revolução Industrial, não consistia puramente nos movimentos de revolta contra as condições deploráveis de vida, nem somente de greves ─ embora manifestasse tais características e manifestações.

O que caracteriza o movimento operário é sua Conscientização de Classe: a noção de que a sociedade que surgia na época consistia essencialmente naqueles que possuíam os Meios de Produção e aqueles totalmente despojados desses meios de vida, sendo forçados a vender sua Força de Trabalho para sobreviver.


References

  • HOBSBAWM, Eric. Cap. 11: Os trabalhadores pobres. In: _____. A era das revoluções (1789-1848). 9ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996, pp. 221-237.