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Figura: Cena final do episódio “Fifteen Million Merits” do Black Mirror. A representação pura da revolta transformada em mercadoria.

Parece que a tendência “natural” das coisas é de que críticas e sentimentos que sejam antissistêmicos tornem-se “pasteurizados” conforme o tempo passe — como se os ares corroessem toda a oposição que coloca-se frente à sociedade capitalista.

Note-se, por exemplo, que A sociedade burguesa é criadora de moralismos formais: é difícil não ver menções de Diversidade e Inclusão na televisão e/ou dentro de empresas sem sentir um certo cinismo, uma sensação de que estão fazendo isso puramente para que sejam vistos fazendo algo que os faça aparecer como “bons moços”.

Ou então, similarmente, como ESG é uma versão meramente formal de sustentabilidade, que abstém-se de discutir as verdadeiras causas que ameaçam o meio ambiente, o verdadeiro “inimigo da natureza”. Ou então sobre como a luta por melhores condições de pessoas que moram em periferias são transvestidas de “empreendedorismo”, etc etc.


Referências