up:: 0x4a3 MOC Política I

”Portanto, tudo aquilo que se infere de um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, infere-se também do tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida pela sua própria força e pela sua própria invenção.” (HOBBES, p. 109, Cap. XIII)

“E dado que a condição do homem (…) é uma condição de guerra de todos contra todos, sendo neste caso cada um governado pela sua própria razão, e nada havendo de que possa lançar mão que não lhe ajude na preservação da sua vida contra os seus inimigos, segue-se que numa tal condição todo homem tem direito a todas as coisas, até mesmo aos corpos uns dos outros.
Portanto, enquanto perdurar este direito natural de cada homem a todas as coisas, não poderá haver para nenhum homem (por mais forte e sábio que seja) a segurança de viver todo o tempo que geralmente a natureza permite aos homens viver.” (HOBBES, p. 113, Cap. XIV)

Para Hobbes, o estado em que uma sociedade se encontra antes do estabelecimento de uma República é o estado de “todos contra todos”: justamente por não haverem limites externos impostos à vontade de todos, a vida permance em um constante Estado de Guerra (Hobbes).

É somente o estabelecimento de um Estado (República) hobbesiano que permite com que haja alguma garantia de paz, estado o qual é alcançado quando todos os homens abdicam simultaneamente seu direito de autogovernar-se a uma só pessoa artificial.

Consequências do Estado de Natureza

Primeiramente, tem-se que Não existe injustiça no Estado de Natureza hobbesiano, posto que não existem leis e nem alguma entidade que as faça prevalecer de maneira reconhecida por todos.

Talvez como uma consequência disso, Não existe propriedade no Estado de Natureza, pois não existem nem leis nem alguma entidade que faça ser reconhecida a propriedade de algo como sendo exclusivamente de alguma pessoa X.


References

  • Hobbes, Thomas. Leviatã.