up:: Educação Individual (Wollstonecraft)

“[a mulher adquire] um conhecimento da vida antes de ter qualquer familiaridade, a partir da reflexão, com o grande esboço ideal da natureza humana. A consequência é natural. [Satisfeitas] com a natureza comum, tornam-se presas fáceis dos preconceitos e, adotando opiniões alheias, submetem-se cegamente à autoridade.” (p. ???)

”(…) como o poder busca a obediência cega, os tiranos e os homens sensuais estão certos quando se esforçam para conservar a mulher no escuro, pois os primeiros querem somente escravas, e os últimos, um brinquedo.” (p. )

Enquanto a mulher não puder se valer do raciocínio lógico para entender o mundo em que vive, ela permanecerá refém das arbitrariedades de sua vida imediata, de maneira acrítica ─ ou então, no máximo, em uma revolta desarticulada.

É justamente o entendimento ─ o pensamento racional e lógico ─ que permite com que ela consiga, primeiramente, compreender a situação em que encontra-se, para que então possa revoltar-se e demandar uma nova forma de vivência no mundo.

Paralelos com Iluminismo

Há um paralelo com a noção de Iluminismo (Aufklärung) como explicado por Kant, em que a “minoridade” em Kant é análoga, em Wollstonecraft, à dependência da mulher pelo homem: é pela dependência psicológica (e outras) que a mulher não consegue quebrar com a “inquebrantável cadeia do destino” que a aprisiona.


References

  • WOLLSTONECRAFT, Mary. Reivindicação dos direitos da mulher. São Paulo: Boitempo, 2016.