up:: Jean-Paul Sartre


(François Schuiten)

“Como, de outro lado, o objeto estético é propriamente o mundo, na medida em que é visado através dos imaginários, a alegria estética acompanha a consciência posicional de que o mundo é um valor, isto é, uma tarefa proposta à liberdade humana.” (Sartre, p. 48) ”(…) Assim, (…) a alegria estética provém da consciência que tomo de resgatar e interiorizar isso que é o não-eu por excelência, já que transformo o dado em imperativo e o fato em valor: o mundo é minha tarefa, isto é: a função essencial e livremente consentida da minha liberdade consiste precisamente em fazer vir ao ser, num movimento incondicionado, o objeto único e absoluto que é o universo.” (Sartre, p. 49)

Como Somente podemos representar a realidade através de categorias humanamente pertinentes, temos que qualquer apreço estético que venha destas representações será, na verdade, um apreço estético das categorias humanas empregadas: sua assertividade e precisão, sua beleza e simetria, sua abrangência, etc.

É por isso que Sartre diz que é somente nesta “etapa” que um autor pode sentir prazer em seu ofício (visto que Nenhum escritor consegue ver sua própria obra como objeto, i.e. não consegue sentir prazer com ela como um leitor).


Referências

  • SARTRE, Jean-Paul. Por que escrever?. In: Que é a literatura?. Editora vozes, 2020.