Sobre a linguagem segundo Marx e Physarum Polycephalum

Segundo Marx, a linguagem nada mais é que consciência real, prática, condensada em ação. N’A Ideologia Alemã, Marx e Engels afirmam isso, e que a linguagem nasce da necessidade de troca de informações com outros indivíduos.

O livro fala sobre a linguagem dos homens, mas sinto que podemos abstrai-lo para outros seres conscientes. E penso “conscientes” aqui no sentido de Hegel, de indivíduos que têm noção da realidade como Outro, oposto a si próprios; mas penso que o ideal seja pensá-lo segundo Marx: a consciência surge em quatro aspectos da existência, que são

  1. a satisfação das necessidades orgânicas
  2. a criação de novas necessidades
  3. a procriação das relações de vida
  4. a cooperação com outros indivíduos

Podemos vê-lo nitidamente no exemplo do Physarum polycephalum:
Slime Molds Remember — but Do They Learn? | Quanta Magazine|500

Vemos tanto a satisfação das necessidades através da busca por comida; mesmo enquanto se dá a procura por comida, a cooperação com os outros indivíduos/consigo mesmo (é um ser policelular com hivemind), pois há um cancelamento dos caminhos que se auto-intersectam; encontrando-se uma fonte de recursos, surge a necessidade de reforçar o caminho que conduz aos alimentos, que talvez também possa ser visto como a procriação das relações envolvidas (de lançar os feromônios…?)^[Pode ser visto como uma re-produção do caminho por feromônios…?]. Pode-se mesmo intuir que essas “auto-reações” da blob (leia-se, auto-intersecção e encontro de recursos) possam ser vistas como uma forma de linguagem.


References

  • MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Boitempo Editorial, 2015.