Ruptura Metabólica
É o termo empregado por Marx para abordar a desconexão da interação metabólica entre o ser humano e a natureza. Marx o descreve, no livro III do Capital, como a
”ruptura irreparável no processo interdependente do metabolismo social”
Tal descompasso é propalado pelo modo de produção capitalista, no qual o metabolismo homem-natureza não se dá de forma ecológica, mas de forma puramente exploratória. “A natureza está ali, grátis.”
Nem toda exploração da natureza foi uma ruptura metabólica
Nem toda a interação entre homem e natureza foi uma ruptura metabólica; no período pré-Revolução Industrial, a exploração dos recursos naturais se dava numa escala de tempo não tão diferente daquela da natureza; ou seja, havia um tempo para que a natureza “repusesse” seus recursos (o tempo de nascimento de árvores, o tempo das safras da agricultura, os ritmos de migração dos peixes e aves etc.), o qual o ser humano “honrava” em suas ações e em sua cultura.
Com a Revolução Industrial, o tempo de exploração se “agilizou” de forma que a natureza não possui mais tempo para “recompor-se”, o que causa a ruptura metabólica.
Todos os processos de mediação da natureza podem induzir à ruptura metabólica
Não só na exploração de recursos naturais, mas também na criação de resíduos não-biodegradáveis, de processos de produção industrial altamente poluentes e tóxicos; todos estes fatores também entram em conta na ruptura metabólica do ser humano com a natureza, o que contrasta com o fato de que Não existe lixo na natureza.
Economia circular como uma solução ecológica
A Economia Circular é a forma ecologicamente inspirada de não só resolver a ruptura metabólica, como de ser a forma natural de mediação do homem com a natureza em todo seu processo de trabalho: desde o processo de produção até o processo de circulação de mercadorias, até a geração dos resíduos pós-consumo; todo este processo está imbricado de maneira natural com o meio ambiente, estando sinergicamente interligado com este, invés de opor-se violentamente à natureza (por exemplo, com embalagens biodegradáveis que sirvam de adubo para plantas, ou com turbinas hidráulicas que sejam instaladas contingentemente a algum rio).