up::

Parece absurdo pensar em alguém que diga que “respeita o conhecimento científico”, posto que estamos acostumado a que sua validade não dependa do “respeito” das pessoas, e sim da validade do método científico.

Porém, é mais fácil pensar no discurso de “respeitar os conhecimentos ancestrais”, como se fosse uma questão de opinião/“concessão” que tais conhecimentos sejam válidos, genuínos, úteis, e não mero “folclore” ─ na prática, parece uma espécie de condescendência, onde se pressupõe a superioridade do conhecimento puramente científico, e se “concede” um prêmio de consolação a essas “crendices”.

Não precisamos ir tão longe (como em tribos indígenas longínquas) para averiguar tais tipos de conhecimentos mais “rústicos”: há resquícios disso em certas famílias em periferias urbanas, com as avós que têm conhecimentos de ervas medicinais e coisas do tipo (menos incomum em cidades do interior). Outro exemplo é de camponeses e fazendeiros, que têm uma intuição aguçada da terra e do clima e de como isso pode afetar os plantios e as colheitas.