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“Para [Tim Ingold], nomear algo como ferramenta trata-se muito mais de invocar uma ‘estória’ particular do que fixar uma dada ‘função’.

Nesse sentido, prossegue Ingold, ‘consideradas como ferramentas, as coisas são suas estórias’, o que implica em sua arrojada tese segundo a qual ‘as funções das coisas não são atributos, mas narrativas (…), são as estórias que contamos sobre elas’.” (FAGUNDES, p. 57)

Para além da ideia de que Ferramentas podem ser vistas como extensão dos órgãos humanos, Tim Ingold traz a tese de que ferramentas podem ser compreendidas como “estórias criativas”.

O que me vem à mente é que, quando eu penso na função de um martelo, não é tão simples quanto “um martelo martela”: eu imagino alguém usando o martelo! Imagino o tipo de pessoa que esteja usando o martelo, possivelmente alguém que foi pago para fazer algum trabalho do tipo.

Eu até mesmo imagino ele (imagino um homem especificamente, inclusive!) martelando algum prego em alguma parede, ou em alguma tábua de madeira. E, nesse processo, existe alguma história de fundo/contexto: eu imagino uma parede de uma casa similar às que vivi e que estou acostumado a ver (não em uma oca ou em um iglu, por exemplo).


References

  • FAGUNDES, Guilherme Moura. 2019. Fogos gerais: transformações tecnopolíticas na conservação do Cerrado (Jalapão-TO). Tese de doutorado em Antropologia Social, UnB.